Veremos nesta postagem, as vantagens de conhecer a curva polares dos equipamentos na hora de compará-los. Para tanto precisamos inserir mais um conceito chamado Razão de Planeio ou Eficiência que é a proporção do quanto avançamos em relação ao solo para cada unidade de afundamento.
Através do gráfico da Curva Polar de Velocidades é possível se obter as Razões de Planeio para cada Velocidade do equipamento traçando linhas retas entre a origem do gráfico e a velocidade desejada, conforme a Figura 1. Desta forma, é possível se observar a trajetória que a asa fará para diferentes posições do range de velocidade.
Figura1 - Eficiências de planeio para diferentes velocidades. |
Peguemos então o exercício sugerido na postagem 2 onde compararmos velas com homologações EN-A e EN-C genéricas. Avaliando apenas as 4 principais velocidades (estol, menor afundamento, melhor planeio e velocidade máxima), é possível observar que:
- A vela A tem uma velocidade de Estol inferior a C o que aumenta a segurança passiva e colapsos por excesso de comando;
Figura 2 - Comparação de Eficiências de Planeio no Estol. |
- A vela C tem uma velocidade Máxima Superior a da vela A e que seu rendimento quando acelerada é superior também. Isso justifica a dificuldade dos novatos utilizarem o acelerador pois decai bastando o rendimento de velas de baixa performance quando utilizando o acelerador.
Figura 3 - Comparação de Eficiências de Planeio na Velocidade Máxima. |
- Embora o Menor Afundamento de ambas seja igual, as eficiências destas nesta Taxa de Afundamento são diferentes.
Figura 4 - Comparação de Eficiências de Planeio no Menor Afundamento. |
- A melhor Eficiência de Planeio da vela C em relação a A pode ser observada quando avaliadas as rampas tangentes as Curvas Polares plotadas, e;
Figura 5 - Comparação de Eficiências de Planeio na Melhor Eficiência (L/D). |
- Equipamentos de melhor performance aparentemente tendem a ter o final do gráfico menos curvo e mais alongado, havendo uma menor degradação da eficiência de planeio quando acelerados. Acredita-se que a inclinação do final do gráfico esteja associada principalmente ao arrasto induzido, uma vez que estamos tratando de baixos ângulos de ataque (alfa).
Mas como podem velas de Igual L/D serem tão diferentes quando estão em voo?
Lembre-se de que o melhor L/D (Lift/Drag) apenas representa inclinação da rampa de melhor eficiência em um ponto único da Curva Polar de cada equipamento. Desta forma, é possível que velas tenham diferentes eficiências quando aceleradas ou que o ponto de melhor eficiência ocorra em velocidades diferentes, bem como desempenhos dispares quando expostas a atitudes de voo diferenciadas (vento de cauda, contra, descendente, ascendente, etc...).
Observe na figura abaixo 3 velas de mercado com mesmo L/D, duas delas são EN-C e uma EN-B. Com base nos conceitos absorvidos até agora, qual destas 3 velas você compraria?
Figura 6 - Comparações entre Velas de mesma Melhor Eficiência (L/D). |
CONCLUINDO... ANTES DE COMPRAR UMA NOVA VELA, PEDIRÁ A CURVA POLAR AO VENDEDOR?
Faremos uma breve pausa no assunto Curva Polar, para podermos dar início aos preparativos para o XCerrado 2014... Siga acompanhando e veja como utilizar recursos e otimizar seus voos utilizando o XCSoar e o LK8000 no voo de Cross Country.
Mto bom o artigo, Parabéns...
ResponderExcluirMuito bacana... discutimos essa semana sobre a importância desse tema para os voadores... te muita gente voando C se pondo em risco muitas vezes por achar que está ganhando em performance... As vezes a diferença é mínima... Obrigado pelas informações
ResponderExcluir2018 e o tema continua atualissimo
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