sexta-feira, 4 de julho de 2014

CURVA POLAR #2 - Construção da CP


Continuação do estudo sobre Curva Polar de Velocidades iniciado na postagem anterior.

Antes de adentrarmos na construção do Graáfico da Curva Polar propriamente dito, precisamos entender alguns conceitos, siglas, definições e conversões abaixo listados:

-Velocidade Indicada (IAS - Indicated Air Speed), também conhecida de vento relativo ou velocidade ao ar, é a velocidade do equipamento em relação ao fluido ar.* 


* O correto seria utilizar a Velocidade Real (TAS - True Air Speed) que considera variações de densidade do fluido em função da altitude. Para fins didáticos e por voarmos em baixas altitudes podemos desconsiderar estas variações e trabalhar apenas com a Velocidade Indicada.



-Velocidade Horizontal, também conhecida como velocidade ao solo (GS - Ground Speed), é a velocidade do deslocamento da aeronave em relação ao solo, que é diferente da Velocidade Indicada quando temos a componente Vento. 
  • Velicidade Horizontal (GS) é igual  a Velocidade Indicada (IAS) quando a Velocidade do Vento (WS) é ZERO (Figura 1).
  • Quando o vento está de cauda, a Velocidade Horizontal (GS) é a soma da Velocidade Indicada (IAS) com a Velocidade do Vento (WS) (Figura 1).
  • Quando o vento está contra, a Velocidade Horizontal (GS) é a Velocidade Indicada (IAS) subtraída da Velocidade do Vento (WS) (Figura 1).
-Velocidade de Estol, é a Velocidade Indicada mínima, onde deixam de existir efeitos aerodinâmicos em um perfil (para de voar). 

-Velocidade Máxima, é a Velocidade Indicada máxima alcançada pelo equipamento.



-Velocidade Vertical (VS), também conhecida como, climb, vário ou taxas de ascendente ou descendente, é a velocidade em relação ao eixo vertical.


- Taxa de Afundamento Mínima, é a menor Velocidade Vertical que um paraglider obtém, normalmente está próximo a 1m/s.



Atenção: para montagem dos gráficos e boa interpretação é necessário que estejamos trabalhando em unidades iguais de velocidades (vertical e horizontal) e para isto, estaremos utilizando o Sistema Internacional de Unidades (SI) com os valores de velocidade tratados em m/s (metros por segundo). Como normalmente os valores de Velocidades são fornecidos em Km/h devemos dividir este por 3,6 para ter a velocidade convertida para m/s. (36Km/h : 3,6 = 10m/s)

Já vimos no post anterior, que Curva Polar é um gráfico que correlaciona Velocidade Horizontal com Velocidade Vertical. Para construção deste, são anotados durante um voo em CONDIÇÕES ESPECIAIS (vento zero, pressão e temperatura controlados) em diferentes instantes do range de Velocidade Indicada (entre o Estol e a Máxima) a Velocidade Vertical  (afundamento) respectiva. Plotando estes pontos em um gráfico e unindo eles chegamos a uma linha curva e voilá, temos então a CP conforme a figura animada abaixo.


Para facilitar uma boa compreensão da construção da CP, foram reunidos dados fornecidos de diferentes equipamentos (parapentes e delta) apresentados na tabela abaixo. Sugere-se que sejam impressas a figura e tabela abaixo e sejam desenvolvidas as curvas manualmente com diferentes cores de canetas. Este gráfico, será bastante importante para futuras análises.



Na próxima postagem, serão analisados informações importantes extraidas a partir do gráfico da Curva Polar.



ATENÇÃO: Para aqueles que desejam coletar seus próprios valores, antes de sair por ai colhendo dados e distribuindo-os pela internet, deve-se ter em mente que são necessários inúmeros ensaios em condições controladas para que se tenha uma resposta significativa. Também, são necessárias coletas em velocidades próximas ao estol e máxima elevando o risco de potenciais colapsos e acidentes. Portanto, é recomendável solicitar ao fornecedor ou fabricante de equipamentos estas informações. Para os que ainda assim desejarem colher os dados, abordaremos o assunto em uma futura postagem.


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